sexta-feira, 26 de abril de 2013

A casa do senhor Antônio: Parte 3


 A casa do senhor Antônio ficava entre as montanhas, cercada de árvores por todos os lados, e tinha um lindo rio de águas cristalinas em formato de "s". A vegetação era alta, com muitas árvores, palmeiras e animais silvestres.

 Ficamos impressionados com a beleza do local, fomos morar em uma casa secundária próxima ao rio. O senhor Antônio falou sobre os perigos e os cuidados que devíamos ter, logo nos acostumamos com a rotina. Ganhei da Dona Vitória a esposa do senhor Antonio, meia duzia  de ovos, para Toninha chocar, fiz um ninho de palha e todos os dias verificava se os pintinhos tinham nascido. Certo dia para minha surpresa lá estavam eles, cresceram rapidamente, em pouco tempo o quintal ficou cheio de galinhas, tínhamos até um galo. Aprendemos a fazer previsões da tempo através do vento, a saber as horas pela posição do sol, conhecemos a mata e suas frutas comestíveis e venenosas. Sabíamos onde encontrar peixes e onde moravam as capivaras.
 Ao anoitecer nos reuníamos na casa do senhor Antônio,  para por em ordem os afazeres do dia seguinte. Nas noites de lua conversávamos a luz do luar, em quanto as crianças brincavam de esconde-esconde e corriam atrás de pirilampos.
 O trem atravessava a fazenda passando sobre o rio, não perdíamos a oportunidade e corríamos para velo, e acenar para os passageiros que não deixavam de retribuir. Uma noite reunidos a casa do senhor Antônio, comentavam sobre um suposto lobisomem que andava assombrando a região, todos se benzeram cruz credo. Cada um deu sua opinião, enquanto falavam um dos filhos do senhor Antônio saiu sorrateiramente. De repente a porta se abriu, olhamos para o lado e vimos um lobisomem, fazendo um grande barulho, todos correram com o susto. Senhor Antônio correu para o quarto para pegar a espingarda, foi quando dona Vitória reconheceu o filho, e todos riram do susto que levaram.


Parte 3: Leia acima a continuação

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O homem da carroça: Parte 2

 Era o senhor Antônio, alto,magro,cabelos grisalhos, aparentava ter por volta de 60 anos,chapéu de abas grandes e com cigarro de palha na boca. Ao chegar falou para nos apressarmos porque não devíamos anoitecer na estrada, pois era muito perigosa. Começamos a carregar tudo que tínhamos. Corri até o galinheiro para buscar minha galinha Toninha, e logo amarei seus pés para que não fugisse durante a viagem. Quando voltei tudo já estava devidamente arrumado, fomos embora na carroça, que era de um bom tamanho e puxada por dois cavalos.
 Eu ia sentada na parte traseira, e ao meu lado Toninha. Fomos nos afastando da casa, passamos a porteira e o senhor Antônio deu rédias aos cavalos, para que andassem mais rápido. Me virei para traz e olhei para o casarão, avistei as mesmas criaturas que via na casa, observando nossa partida.

Parte 2: leia a continuação acima
 


Fazenda amaldiçoada: Parte 1


 Morei os primeiros anos da minha vida no litoral de São Paulo, meu pai era um comerciante, mas no ano de 1952 ele se torno cabo eleitoral de um partido, investiu seu dinheiro na publicidade, com a certeza de que o partido iria ganhar e teria retorno. Porem isso não ocorreu, deixando ele sem dinheiro e com muitas dividas, o que levou-o a ter como unica saída, vender tudo que tinha para pagar as contas, ficando sem casa.
  Fomos para o sul de SP a procura de trabalho, conhecemos um senhor que   informou de um coronel, que tinha uma fazenda e precisava de alguém para cuidar da propriedade, o acordo seria que um terço do que fosse produzido seria do coronel. Ficamos interessados e fomos conhecer a fazenda, logo na entrada avia árvores enormes e um porteira preta, caminhamos 10 minutos para chegar na cede (casa principal), que era toda cercada de varanda, com alicerce de pedras e paredes de tijolo batido, o piso era de madeira lavrada, havia 13 quartos, ótimos moveis rústicos e forrados de veludo vermelho, a sala era decorada com desenhos na parede, os banheiros tinham banheiras e metais de cor amarela. Ao olhar pela porta dos fundos da casa, avistamos um grande barraco, que antigamente era uma senzala, a direita da casa havia 2 troncos com um grande sino para chamar os escravos para assistir o açoite. O coronel nos explicou que aquela fazenda era uma herança que a família não conseguia vender, porem não falou o porque. A esquerda da casa  passava um rio e tinha um moinho. Mais abaixo existia uma tuia, ali estava guardado os troles e todas as ferramentas que os escravos utilizavam.
   Começamos a morar no casarão, tivemos muito trabalho para limpar o espaço pois estava abandonado a muito tempo, meu pai logo formou plantações e criou animais. Bom até aqui tudo está normal porem depois de algum tempo morando na fazenda passei a ver vultos dentro da casa mas não comentava com meus pais. Certo dia quando começou a anoitecer ouvimos a porteira bater, ficamos apreensivos pois sabíamos que estava trancada. Quando fomos dormir ouvimos o sino soar sendo que estava amarado
, logo depois começamos a ouvir cavalos correndo, ruídos, chicotes, gemidos e galhos se quebrando. Pela manhã meu pai foi ver como estava o terreno, e achou roupas rasgadas e sujas de sangue, galhos do abacateiro no chão, o gramado estava pisoteado e animais havia mortos.
   Ficamos trancados no quarto em quanto meu pai ia buscar ajuda para ir em bora, horas depois retornou com um senhor em uma carroça.

Parte 1
Leia acima a continuação: O homem da carroça