quarta-feira, 15 de maio de 2013

Nego d'agua

  Tibúrcio, um caboclo alto, magro, de cabelos lisos e escuros, pés descalços. Possuía um pequeno sítio onde morava com sua mãe. Pouco trabalhava em suas terras, na época certa plantava feijão milho e mandioca. Nascido naquela região, tirava a maior parte de seu sustento da natureza: palmito, frutos silvestres, mel, peixes, caça de animais e remédios.
 Não saia as sextas-feiras nem as noites de lua cheia, acreditava em lobisomem e boi tá-tá, dizia até ter visto um, falava com tanta certeza que quase nos convencia a acreditar. Pescava quase todas as noites, e comentava sobre um amigo que lhe acompanhava, indicando onde encontrar os maiores peixes. Todos interessados com as supostas habilidades do homem queriam conhece-lo, Tibúrcio se comprometeu a levá-los no dia seguinte. Porem seu amigo não apareceu, fizeram outras tentativas mas sem resultado.
  Sem notícias do amigo Tibúrcio ficou algum tempo sem ir a pesca, certo noite foi ao rio onde costumava pescar, empurrou sua canoa que deslizava lentamente sobre as águas. De repente levou um susto surgiu das águas seu amigo, abriu um sorriso de contentamento, naquele dia tiveram uma boa pescaria.



HISTÓRIA DE PESCADOR !!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Seu Chico

  Filho de escravos, recebeu como herança as terras onde morava com a mulher, que veio a falecer ainda jovem, seus dois filhos tinham saido a procura de uma vida melhor. como tinha idade avançada plantava somente o necessário para seu sustento, caminhava lentamente com o ausílio de uma bengala.

Falava com saudades de tudo que tinha vivido naquele lugar, que para ele era um santuario, tudo que precisava para fazer seus chás a mata lhe oferecia, sabia onde encontrar cada um das ervas e raizes. Sempre pronto para ajudar quem necessitava, oferecia seus cuidados farmaceuticos com muito sucesso.
Era procurado por pessoas vindo de outras regioes pelas suas habilidades. Como era idoso os vizinhos o monitoravam pela fumaça da sua chaminé, quando viamos a fumaça, sabiamos que estava tudo bem, caso isso não acontecia iamos ver o que ocorria. Certo dia para surpresa, recebeu a visita de um dos filhos, acompanhado da esposa e seus netos, quase não acreditou e comoçou a pensar como acomodaria a família, porque não tinha muito ao oferecer. Seus netos começaram a fazer perguntas, seu Chico não perdeu a oportunidade e falou sobre os benefícios das ervas


             





segunda-feira, 6 de maio de 2013

O senhor do engenho: Parte 4


  Do outro lado do rio que cruzava a fazenda, morava senhor Honório, um emigrante italiano que veio para o Brasil na época em que a cana de açúcar e o café estavam em alta. Seu casarão era amarelo com janelas azuis, as casas dos colonos recebiam a mesma pintura, que se destacavam entre a mata e a terra vermelha.
  Conhecido como o senhor do engenho, devido ao alambique que produzia uma das melhores cachaças da região. Tinha como seu braço direito senhor Pessunia, de estatura mediana e pele queimada do sol, aparentava ter 50 anos, sempre usava uma camisa branca, calça marrom com suspensório e bota da mesma cor e na cabeça chapéu panamá branco.
  Atrás do casarão havia um pomar com muitas variedades de árvores frutíferas, era uma tentação para as crianças da colonia, que no caminho da escola arriscavam-se passando pela cerca de arrame farpado para pegar as frutas.
  Na época tínhamos poucos anos de escolaridade, assim que aprendíamos a ler e escrever começávamos a trabalhar, os meninos na lavoura e as meninas nos afazeres domésticos, enquanto as mães participavam da colheita do café para ajudar no orçamento da família. A noite após o jantar os homens se encontravam para conversar enquanto as mulheres preparavam o almoço do dia seguinte.
  Na sexta-feira todos retornavam mais cedo do trabalho, e os homens se reuniam com os outros grupos para saber onde aconteceria o cateretê ( considerada uma das mais genuínas danças rurais brasileiras, cujo nome vem da língua tupi. É uma espécie de sapateado com bate-pé ao som de palmas e violas, sendo bastante conhecida nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Para celebra safras, o amadurecimento de frutas, uma boa pescaria, etc), a dança era feita em lugar fechado, onde só participavam os membros que se chamavam de companheiros de fé.