segunda-feira, 6 de maio de 2013

O senhor do engenho: Parte 4


  Do outro lado do rio que cruzava a fazenda, morava senhor Honório, um emigrante italiano que veio para o Brasil na época em que a cana de açúcar e o café estavam em alta. Seu casarão era amarelo com janelas azuis, as casas dos colonos recebiam a mesma pintura, que se destacavam entre a mata e a terra vermelha.
  Conhecido como o senhor do engenho, devido ao alambique que produzia uma das melhores cachaças da região. Tinha como seu braço direito senhor Pessunia, de estatura mediana e pele queimada do sol, aparentava ter 50 anos, sempre usava uma camisa branca, calça marrom com suspensório e bota da mesma cor e na cabeça chapéu panamá branco.
  Atrás do casarão havia um pomar com muitas variedades de árvores frutíferas, era uma tentação para as crianças da colonia, que no caminho da escola arriscavam-se passando pela cerca de arrame farpado para pegar as frutas.
  Na época tínhamos poucos anos de escolaridade, assim que aprendíamos a ler e escrever começávamos a trabalhar, os meninos na lavoura e as meninas nos afazeres domésticos, enquanto as mães participavam da colheita do café para ajudar no orçamento da família. A noite após o jantar os homens se encontravam para conversar enquanto as mulheres preparavam o almoço do dia seguinte.
  Na sexta-feira todos retornavam mais cedo do trabalho, e os homens se reuniam com os outros grupos para saber onde aconteceria o cateretê ( considerada uma das mais genuínas danças rurais brasileiras, cujo nome vem da língua tupi. É uma espécie de sapateado com bate-pé ao som de palmas e violas, sendo bastante conhecida nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Para celebra safras, o amadurecimento de frutas, uma boa pescaria, etc), a dança era feita em lugar fechado, onde só participavam os membros que se chamavam de companheiros de fé.
 



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