sexta-feira, 26 de julho de 2013

Monjolo

Monjolo era o nome da fazenda onde fomos morar. Antiga, com casas de pedras, muitas não habitadas. O casarão  era enorme cercado por coqueiros e uma velha paineira a frente. Tudo tinha aparência de abandono, porem na época da escravidão teria sido grande o movimento ali. A senzala ainda estava em bom estado, o moinho apesar de não funcionar permanecia em pé com toda sua engrenagem no devido lugar, o monjolo da mesma forma em bom estado.
  Fomos informados, que ali teria sido a maior fazenda na época que o café valia ouro ( ouro verde), inclusive foi construída uma ferrovia para o transporte das sacas. Mas ocorreu que grandes e pequenos agricultores voltaram-se para o plantio de cafeeiros, que resultou em grandes safras, ocasionando a baixa no preço. Muitos fazendeiros foram morar na capital deixando a fazenda nas mãos de seu capatas, e tornando-se empresario em outros ramos. Os colonos se desperssavam  em busca de outros senhores, alguns ficavam nas fazendas plantando como meieiros
  Nosso capatas Sr. Julião, orientava aos colonos a arrancar os pés de café para plantar feijão, arroz, milho entre outras coisas, pois a fazenda era coberta de cafeeiros. O rio que atravessava a fazenda era farto em peixes, tínhamos frutas em grande variedade. Aos sábados todos deixavam o trabalho mais cedo, os homens iam para o rio tomar banho com sabão de pedra e vestiam suas melhores roupas. As mulheres faziam o mesmo, porem em casa, nas tinas. Vestiam seus vestidos de chita e colocavam sua águas de cheiro (perfume artesanal sem álcool). Apos todo o preparo iam ao fandango (dança em pares).
  

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